IMPLICÂNCIA GERENCIAL |
Temos
percebido cada vez este fato, infelizmente com consequências imprevisíveis a
médio e longo prazo para as empresas de serviços. É inacreditável, mas há gestores que com o tempo, acabam se mostrando com anomalia de caráter, e que gerenciam com implicância. Ao verificarem uma falha, por menor que seja ao invés de retificá-la, a sustentam com atenta indiferença, sempre prevenidos à sua propagação. Chegam até mesmo a registrar quantas vezes seus subordinados falharam. Costumam inclusive ter um dossiê completo para apresentar aos superiores (donos) quando a situação deflagrar para os insucessos. Porque ele (ou ela) na sua velhacaria gerencial sabe que a situação vai piorar, e acima de tudo escapar de seu domínio. Aí,
este gestor aparece em sua plenitude. Com o sorriso imparcial do canalha que
impeliu o tempo todo contra o patrimônio da organização pelo troco perverso
da satisfação com o aviltamento dos parceiros de trabalho. “Eu falei”. “Tinha
certeza de que não funcionaria”. E na grande maioria das vezes os proprietários do negócio não percebem que esse tipo de gestão motiva lesões assustadoras para a empresa. Inicialmente inibe talentos desde seu surgimento. Todo e qualquer
profissional para seu crescimento deve ter seus pequenos equívocos,
entendidos na conjuntura de quem busca o acerto. E acima de tudo ser ajudado
nas correções. Ao permitir o erro crescer e punir com canalhice quando nada mais há a fazer,
este tipo de gestão consegue, somente amedrontar os que têm iniciativa.
Também consegue transformar um ambiente que poderia ser vibrante num jazigo
burocrático em que a indiferença substitui a alegria de se trabalhar
criativamente. Percebam que quando todos fazem somente o que lhes compete, e não exercem a
criatividade, é sinal de perigo... Depois, geralmente os gestores sem caráter adotam como complemento a arte de
puxar saco. Seus relatórios são impecáveis, suas avaliações são tecnicamente
neutras, sua dedicação à empresa se mede por horas e noites sempre
comprovadas e apresentadas para a direção da organização. Pior. Poucos talentos conseguem sobreviver a se expandir diante de chefias que gerenciam com a implicância. Preferem ir embora a tentar satisfazer um comando que está doido para surpreendê-los nos erros em vez de estimular, por meio de tentativas criativas, que haja mais acertos do que erros. Para quem não acrescenta bom caráter à administração, qualquer interesse
genuíno de algum profissional capacitado é percebido e tratado como uma
ameaça, que automaticamente aciona a máquina da maldade e a indução ao erro,
em vez de se buscar a geração de ganhos para a empresa, com os acertos que
surgirão. No fim, perde a organização que vive com um quadro de funcionários sempre sufocados, pois acaba perdendo os profissionais que sofrem com estas armadilhas. |
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